Prepare-se. O texto abaixo é tão ruim que dá até vontade de chorar. Mas, como tudo nessa vida, tem um lado bom. Agora, tudo o que você, querido leitor, escrever não terá a menor chance de ser o pior texto do universo. Pelo contrário, será muito bom comparado a isso!
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Crespa: presa ou chapada
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Como aluna de jornalismo, eu faço gravações habituais para disciplinas laboratoriais. Hoje, eu acordei cedo, tomei banho, vesti uma roupa bonita e saí de casa. Estava pronta para ser repórter de TV.
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Eis que chego à faculdade e me deparo com uma colega: “Mas você vai prender esse cabelo, não vai? O meu não tem problema porque é liso, mas você vai prender o seu já!”. Ora, por que prender? Eu sempre fiz isso, verdade. Mas aquela informação jogada na minha cara daquela maneira abriu toda uma nova perspectiva. Claro que eu não iria gravar com o cabelo na frente do rosto, mas qual é o problema de gravar com minhas madeixas crespas a mostra? Sinceramente, eu não vejo nada de feio ou indecente. Muito pior é um cabelo chapado. Em algumas pessoas até cai bem, mas aparece cada coisa por aí...
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De volta às minhas reflexões sobre o padrão jornalístico para TV. O argumento a favor das chapadas, presas, curtas e naturalmente lisas é que o jornalista não deve chamar atenção. O que importa, no caso, é a informação pura e simples. Os profissionais só servem para passar os dados adiante. Muito justo.
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O jornalista deve, a partir dessa linha de raciocínio, ser uma figura amorfa. Sem cor, sem gosto pessoal, sem corte próprio de cabelo, enfim, sem personalidade. Afirmar isso é quase como rogar a todas as colegas: “Sejamos todas brancas, de cabelos lisos e compradoras de casaquinhos pretos”. Falando em casaquinhos pretos, confesso. Era justamente a peça de roupa que eu vesti tão alegremente de manhã. É triste quando você se percebe literalmente vestindo seu próprio preconceito.
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Felizmente, as fontes ainda têm a liberdade de escolher que roupa querem usar, como querem deixar o cabelo, a cor do batom, etc. Afinal, elas são donas de informação. Agora, pense comigo. Se as fontes não importam com esses padrões, resulta que a escravidão da imagem jornalística à magnânima informação não passa de uma submissão advinda do próprio jornalismo. Por isso, apelo: Colegas! Levantemos as mãos para o céu e oremos ao Santo Dado Estatístico.
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Agora, se a informação se torna uma entidade tão digna de adoração a partir do momento em que sai da boca das fontes, porque colocar criaturas tão falhas para intermediar sua transmissão? Não seria mais fácil programar máquinas? Além disso, para quê gastar a energia de seres pensantes com isso?
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Nada contra padrões estéticos. Eles sempre irão existir e fazem parte da cultura de uma sociedade. Mas tenho muito contra o reinado autoritário dessas padronizações. O fato do cabelo de uma jornalista precisar ser liso, por exemplo, não faz sentido em um mundo onde se prega a liberdade, o conforto e o uso real e racional do bom senso. Aliás, o jornalismo que cede a esse tipo de mandatários vai contra sua própria ideologia. Apenas repórteres magras e bonitas falam sobre bulimia e anorexia.
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Também tenho muito contra o jornalismo irracional, preso a uma informação incapaz de existir por si só. Assim como as fontes escolhem como irão aparecer no vídeo, também cabe (ou deveria caber) ao jornalista a opção de como se mostrar para o público. Ao menos dentro da academia, a objetividade e a imparcialidade do texto são mitos. Seria tolo exigir que a imagem de uma pessoa seja livre de subjetividade, afinal, aquela pessoa que aparece na telinha é um sujeito!
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Assim sendo, eu me declaro a favor não só de um jornalismo crespo, mas de um jornalismo pensante.
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Como aluna de jornalismo, eu faço gravações habituais para disciplinas laboratoriais. Hoje, eu acordei cedo, tomei banho, vesti uma roupa bonita e saí de casa. Estava pronta para ser repórter de TV.
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Eis que chego à faculdade e me deparo com uma colega: “Mas você vai prender esse cabelo, não vai? O meu não tem problema porque é liso, mas você vai prender o seu já!”. Ora, por que prender? Eu sempre fiz isso, verdade. Mas aquela informação jogada na minha cara daquela maneira abriu toda uma nova perspectiva. Claro que eu não iria gravar com o cabelo na frente do rosto, mas qual é o problema de gravar com minhas madeixas crespas a mostra? Sinceramente, eu não vejo nada de feio ou indecente. Muito pior é um cabelo chapado. Em algumas pessoas até cai bem, mas aparece cada coisa por aí...
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De volta às minhas reflexões sobre o padrão jornalístico para TV. O argumento a favor das chapadas, presas, curtas e naturalmente lisas é que o jornalista não deve chamar atenção. O que importa, no caso, é a informação pura e simples. Os profissionais só servem para passar os dados adiante. Muito justo.
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O jornalista deve, a partir dessa linha de raciocínio, ser uma figura amorfa. Sem cor, sem gosto pessoal, sem corte próprio de cabelo, enfim, sem personalidade. Afirmar isso é quase como rogar a todas as colegas: “Sejamos todas brancas, de cabelos lisos e compradoras de casaquinhos pretos”. Falando em casaquinhos pretos, confesso. Era justamente a peça de roupa que eu vesti tão alegremente de manhã. É triste quando você se percebe literalmente vestindo seu próprio preconceito.
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Felizmente, as fontes ainda têm a liberdade de escolher que roupa querem usar, como querem deixar o cabelo, a cor do batom, etc. Afinal, elas são donas de informação. Agora, pense comigo. Se as fontes não importam com esses padrões, resulta que a escravidão da imagem jornalística à magnânima informação não passa de uma submissão advinda do próprio jornalismo. Por isso, apelo: Colegas! Levantemos as mãos para o céu e oremos ao Santo Dado Estatístico.
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Agora, se a informação se torna uma entidade tão digna de adoração a partir do momento em que sai da boca das fontes, porque colocar criaturas tão falhas para intermediar sua transmissão? Não seria mais fácil programar máquinas? Além disso, para quê gastar a energia de seres pensantes com isso?
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Nada contra padrões estéticos. Eles sempre irão existir e fazem parte da cultura de uma sociedade. Mas tenho muito contra o reinado autoritário dessas padronizações. O fato do cabelo de uma jornalista precisar ser liso, por exemplo, não faz sentido em um mundo onde se prega a liberdade, o conforto e o uso real e racional do bom senso. Aliás, o jornalismo que cede a esse tipo de mandatários vai contra sua própria ideologia. Apenas repórteres magras e bonitas falam sobre bulimia e anorexia.
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Também tenho muito contra o jornalismo irracional, preso a uma informação incapaz de existir por si só. Assim como as fontes escolhem como irão aparecer no vídeo, também cabe (ou deveria caber) ao jornalista a opção de como se mostrar para o público. Ao menos dentro da academia, a objetividade e a imparcialidade do texto são mitos. Seria tolo exigir que a imagem de uma pessoa seja livre de subjetividade, afinal, aquela pessoa que aparece na telinha é um sujeito!
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Assim sendo, eu me declaro a favor não só de um jornalismo crespo, mas de um jornalismo pensante.
Normal isso... Acontece que iremos mudar muitos padrões até nos tornarmos grandes profissionais.
ResponderExcluirQue preconceito de forma indireta - pensava eu que no mundo jornalístico isso não existia... Eita mente ingênua...
Miss u...
Credo, Regatinha, a sua falta de originalidade dá vontade de chorar.
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