Reflexões sonolentas...

Tudo de bom...
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Quando eu estava no segundo ano, entrou uma inter-cambista na minha sala. Ela se chamava Denele e vinha do Canadá. Era uma menina legal, divertida, conversava com todo mundo... Um dia eu estava conversando com ela por MSN e mencionei que tinha acabado de comprar o DVD de “Beleza Americana”. Ela escreveu que gostava muito desse filme e eu resolvi soltar um comentário para ver como ela reagiria. Escrevi que gostava bastante do filme porque ele era muito crítico com relação ao modo de vida nos Estados Unidos. Fiquei surpresa com a resposta dela. Ela não via esse lado do filme. Para ela, era um filme sobre as coisas belas da vida. E só.
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Um ou dois anos depois, comprei uma SET usada e lá havia uma entrevista com o diretor do filme (ou o roteirista, talvez, não lembro mais) e ele falava do filme com a mesma perspectiva da Denele. Eu me peguei pensando se esse negócio de ver o lado crítico do filme era coisa só daqui, dos brasileiros (ou só minha, não sei)...
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Agora volto a pensar nessas diferenças de perspectiva. Volto para esse assunto porque os acontecimentos da minha própria vida me levam para esse caminho. Tudo parecia estar certo, mas eu sabia que tinha alguma coisa errada. Tudo começou a dar errado, primeiro aos pouquinhos e depois como uma bola de neve. Quando eu achei que ela já tinha parado de rodar, o destino deu um empurrãozinho e ela aumentou mais e, assim, ficou a bola de neve mais legal que eu já vi! É estranho, mas, só agora, com as coisas nessas proporções é que elas parecem certas. Eu enxergo a dimensão daquilo que a minha burrice/inocência me escondia e agora estou certa de que está tudo bem. Mesmo com tanta coisa ruim. Estou muito mais livre para ser eu mesma porque sei mais (as aulas da professora Camila continuam despertando reflexões). Talvez isso não seja felicidade, mas é uma realidade tão real que arde os olhos... É um agridoce bom de sentir.
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Claro, há muito caminho pela frente e a situação ainda não chegou a me cegar. Ainda tenho muito que aprender antes de passar para um próximo estágio evolutivo, por assim dizer. Mas, aos poucos, a gente cresce e aprende que nem sempre o que a gente tem certeza que é o melhor o é na verdade. E como há uma escala de cinza entre o branco e o preto, existem também todas as outras cores. Ou seja, eu faço as comparações e depois não sei explicá-las.
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Estou a fim de rever "Beleza Americana"...

Um comentário:

  1. Acredite: você não é a única pessoa, ao assistir algum filme, que sai com alguma idéia crítica.

    Perspectiva todos nós temos. Cada um tem a sua, e de vez em quando, em alguns casos, acabam se similarizando com o dos outros. No caso desta sua amiga, foi isso. Isso é o óbvio.

    Agora a perspectiva de outros sempre é necessária porque na maioria das vezes, deixamos de perceber o real das coisas.

    O 3o. parágrafo, eu não entendi direito... algo ocorreu, deu errado, depois foi prazeroso ver tal erro... estranho... mas os erros estão aí para nos deixar mais espertos, com toda a certeza.

    E realmente, este post foi grande, mas ele foi um tanto, estranho (pois nunca vi você postar de tal forma... mas para tudo, tem sua primeira vez =D).

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