A volta dos que não foram I...

Aquecimento Global é resultado de problemas sociais
Educação Ambiental deficitária é apontada como principal causa do aumento das temperaturas do planeta
por Poli Brito e Renata Bossle
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O resultado do primeiro grupo de estudos realizado pelo Painel Intergovernamental de Mudanças Climáticas (IPPC) apontou diversas mudanças climáticas causadas pelo aumento do Efeito Estufa. Uma delas indica que o nível dos oceanos aumentará entre 18 e 59 cm até o fim do século.
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A coordenadora e pesquisadora do grupo de Climatologia da UFPR, Alice Grimm, esclareceu que “as projeções não se resumem a um número, dão um valor tomado a partir de vários modelos”. “Há um intervalo de incerteza”, assume, mas “é prudente tomar consideração do alerta”.
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No Paraná, uma das perdas seria Matinhos. Entretanto, Edson Luiz Peters, Promotor de Justiça da CAOPA (Centro de Apoio às Promotorias Ambientais), afirma que “não se pode minimizar um problema localizado”, ou seja, “as medidas devem ser adotadas por todos os países, principalmente os que mais poluem”.
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Sustentabilidade e Educação
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Grimm aponta o Desenvolvimento Sustentável como uma solução para o Aquecimento Global. Ela diz que “devemos encarar os dados do IPCC como uma motivação para adotar políticas que diminuam a emissão desses gases”. Já Peters classifica o modelo do Desenvolvimento Sustentável como “mais teórico que prático”. Ele afirma que esse modelo “é o único que leva em consideração as necessidades das próximas gerações”.
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Entretanto, “não se deve discutir números, ficar detalhando mudanças, mas sim olhar os dados do ponto de vista qualitativo”, ressalta Grimm. “Se eles indicam o aumento da temperatura, independente de quanto, devemos ser prudentes”. Segundo os cálculos da professora, o sul do Brasil terá o aumento de 3,4ºC na temperatura média de inverno e aumento de 2,5ºC na temperatura média de verão, além de um aumento de chuvas de verão.
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Peters afirma que há um descompasso entre modelos, pois “o modelo de Desenvolvimento Sustentável é teórico” e “o modelo vigente prega o desenvolvimento ilimitado”. A questão ambiental, para ele, está indissociável da questão social. “Sem alfabetização ecológica não se pode implantar Desenvolvimento Sustentável”. Ele define o pensamento atual como “cada um por si e o planeta por todos”. Algo que só seria modificado com a criação de uma “individualidade consciente”, processo que encontra dificuldades na sociedade de consumo, que favorece o individualismo e coloca o maior consumo como característica de status.
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Perspectivas
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As previsões são pessimistas, mas há muito que se pode fazer para, ao menos, minimizar os efeitos do Aquecimento Global (ver box). Peters afirma que “não há mudança vinda do global para o individual, só do individual para o global”. Entretanto, “a formação ecológica deficitária traz conseqüências graves para o planeta, que é de todos”.
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O professor emérito e catedrático em Mineralogia e Geologia Econômica da UFPR, João José Bigarella, afirma que as metas propostas pelo Protocolo de Kyoto não serão cumpridas “se o maior emissor de CO2, os EUA, não assinarem o protocolo”. Ele diz que “na proporção em que estamos consumindo, é pouco provável que o homem consiga atingir as metas propostas pela ONU”. Bigarella defende a educação ambiental e “mini-palestras no horário nobre da TV”.
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A UFPR possui o Grupo de Meteorologia, responsável pelo estudo das variações climáticas da América Latina, projetos de iniciação científica para alunos de graduação e análises de variações climáticas em vários espaços intra-sazonais e inter-decadais para os pós-graduandos. Grimm afirma que “o que é importante, além de estudar as mudanças climáticas, é estudar as variações naturais do clima que são confundidas quando possuem um período de variação muito longo”.
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Para quem não sabe, essa é a "versão original" do texto que eu e a Poli escrevemos para o Comunicação, mas que foi publicado com uma edição que eu, pessoalmente, não gostei muito.

4 comentários:

  1. O texto está perfeito...
    Bem, aos meus olhos, não existe nada que deva ser mudado. Mas como a visão dos maiorais é mais perfeita, eles fizeram o que bem entenderam do texto.

    É pequenos textos como esse que faz as pessoas terem mais consciência do que está ocorrendo.

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  2. É assim a vida de jornalista.
    A Mônivs sempre dizia pra gente que a gente não pode pegar amor pelos nossos textos jornalísticos - se quisermos amar algum texto, temos que escrever livros, poesias, essas coisas. O texto jornalístico é feito pra ser editado, a não ser que você seja o editor e edite o texto dos outros, mas, ainda assim, o seu repórter pode não gostar da sua edição.

    Eu, particularmente, tento ser engraçadinha nos meus textos e meus editores/professores sempre cortam as minhas gracinhas. Mas é a vida, né. No meu blog, ninguém mexe. (:

    Conforme-se, Rê. Esse foi só o primeiro texto a ser mexido contra a sua vontade.

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  3. Nossa, Monivs = Mônica

    Tô dopada de tanto remédios para gripe x_x

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  4. Concordo plenamente com a Cami. Por algum motivo, seu editor encontrou motivos para editar seu texto, cortar algumas partes. De forma alguma, creio que tenha sido pessoal - não que você tenha dito isto.

    Essa é a vida de jornalista. Não é viável ter amor pelo texto, pois vem um editor e faz do que escrevemos o que ele bem entende. O que a gente pode fazer? Escrever o melhor possível. E esse melhor possível pode não ser o melhor para o editor e até mesmo para o leitor. E sim, escreva pensando sempre no seu leitor, não em sua glória pessoal.

    É por tudo isso que dizem que a vida de jornalista não é fácil. E, como diz a Cami, sempre existem os blogs nos quais ninguém mexe.

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