Identidade
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Hoje li um texto antigo. Aquele jeito de se dirigir ao leitor, os comentários entre parênteses, alguma coisa naquele jeito de escrever... Eu poderia ter escrito aquilo há cinco dias ou cinco meses. Mas escrevi há cinco anos.
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Deu uma saudade de ser quem eu era. De falar com as amigas na rampa do Ideal. Que Ideal? É Pilares agora. Não, nem isso não é mais. Meu velho colégio agora é Bom Jesus. Acho que vou dar uma passadinha quando tirarem o antigo logo lá da frente e escreverem o novo nome. Aquele tipo experiência dolorida que fazemos por vontade própria. Será que vão me deixar entrar? Aquelas portas nunca estiveram fechadas pra mim...
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Falaram para escrever sobre saudade. Eu sinto saudade de mim às vezes. De conviver comigo. Lembro que uma vez fiz matrícula em um monte de matérias e a Fran falou que eu era louca, afinal, ela reservava um tempo para ela. Pra quê reservar um tempo pra mim? Quem sou eu além da minha faculdade, dos meus trabalhos, das minhas pautas, das minhas matérias?
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A verdade é que eu não sei direito. Passei tanto tempo escondida atrás dessas coisas, que fecho os olhos quando surge uma fresta. Simplesmente não consigo enxergar. Eu sou a irmã boazinha? A irmã má? A filha companheira? A filha ausente? A namorada carinhosa? A namorada ciumente? Ora! Irmã, filha, namorada. Mais paredes, mais rótulos.
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Sou um conjunto disso tudo ou sou algo só meu? Sou criatura limitada? Sou um espírito aberto? Posso criar ou só reproduzir? Posso correr? Posso esticar? Posso gritar? Posso plantar bananeira? São tantas as coisas que não sei fazer que não sei se realmente posso. Não sei quais são meus limites nem minhas possibilidades. Sou tão cega que esqueço o que faço quando saio de mim. Perder o controle é como desmaiar e não como mostrar quem eu sou lá no fundo.
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Já acreditei que estava no vazio profundo da não existência. Mentira. Daquele ponto eu me levantei. Era outra coisa. A falta da voz, do corpo, da vontade e da personalidade é diferente. É a introspecção que não deixa de ser quem eu sou. E também não deixa de me incomodar.
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Na minha irritação constante, o programa sem correção ortográfica agonia e me faz parar. Não de pensar, não de escrever. Só de querer publicar.
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Hoje li um texto antigo. Aquele jeito de se dirigir ao leitor, os comentários entre parênteses, alguma coisa naquele jeito de escrever... Eu poderia ter escrito aquilo há cinco dias ou cinco meses. Mas escrevi há cinco anos.
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Deu uma saudade de ser quem eu era. De falar com as amigas na rampa do Ideal. Que Ideal? É Pilares agora. Não, nem isso não é mais. Meu velho colégio agora é Bom Jesus. Acho que vou dar uma passadinha quando tirarem o antigo logo lá da frente e escreverem o novo nome. Aquele tipo experiência dolorida que fazemos por vontade própria. Será que vão me deixar entrar? Aquelas portas nunca estiveram fechadas pra mim...
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Falaram para escrever sobre saudade. Eu sinto saudade de mim às vezes. De conviver comigo. Lembro que uma vez fiz matrícula em um monte de matérias e a Fran falou que eu era louca, afinal, ela reservava um tempo para ela. Pra quê reservar um tempo pra mim? Quem sou eu além da minha faculdade, dos meus trabalhos, das minhas pautas, das minhas matérias?
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A verdade é que eu não sei direito. Passei tanto tempo escondida atrás dessas coisas, que fecho os olhos quando surge uma fresta. Simplesmente não consigo enxergar. Eu sou a irmã boazinha? A irmã má? A filha companheira? A filha ausente? A namorada carinhosa? A namorada ciumente? Ora! Irmã, filha, namorada. Mais paredes, mais rótulos.
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Sou um conjunto disso tudo ou sou algo só meu? Sou criatura limitada? Sou um espírito aberto? Posso criar ou só reproduzir? Posso correr? Posso esticar? Posso gritar? Posso plantar bananeira? São tantas as coisas que não sei fazer que não sei se realmente posso. Não sei quais são meus limites nem minhas possibilidades. Sou tão cega que esqueço o que faço quando saio de mim. Perder o controle é como desmaiar e não como mostrar quem eu sou lá no fundo.
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Já acreditei que estava no vazio profundo da não existência. Mentira. Daquele ponto eu me levantei. Era outra coisa. A falta da voz, do corpo, da vontade e da personalidade é diferente. É a introspecção que não deixa de ser quem eu sou. E também não deixa de me incomodar.
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Na minha irritação constante, o programa sem correção ortográfica agonia e me faz parar. Não de pensar, não de escrever. Só de querer publicar.
Não, por favor, não pare de publicar!!
ResponderExcluirmanter um blog eh uma das maneiras mais legais de se aprisionar o que somos para garantir que o que seremos jamais se esqueça do que já foi algum dia!!
=D
e vc escreve tão legal..
=D
qria conseguir escrever um texto coeso.. mas essa minha sina anacolútica vive a minha espreita e não me deixa em paz..
malditos fluxos de consciência!
ainda se eu tivesse o talento da Clarice Lispector...
(por Deus, mais uma porção de anacolutos para minha coleção!)
estou tentando trazer meu blog de volta a ativa^^
bjoo
=**
Essas coisas só ocorrem numa fase de transição: estamos deixando de ser jovens.
ResponderExcluirNão, não é por causa da idade não. Mas por causa da consciência.
E não viva de maneira a esquecer de você. A melhor identidade é aquela que existe independente de rótulos.
E falta uma boa conversa...