Jornal, suor e lágrimas
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Na última reunião de pauta do Jornal Comunicação – última para quem não fica, diga-se de passagem –, a Rê (nossa editora-chefe, não eu mesma) pediu para cada um falar um pouquinho a respeito de como sua experiência pessoal nesse um ano extra de Comunicação.
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Enquanto as outras pessoas falavam eu pensava no que poderia ser dito por mim. Obviamente esqueci quase tudo na hora. Foi no último segundo que lembrei de pedir desculpas, inclusive. Seria muito indelicado não fazer isso, já que todos estavam vivendo um momento tão final de festa. Enfim. Repito aqui: Desculpas Su por sempre postar logo depois de você e desbancar suas matérias (não posso fazer nada se a minha editoria é mais importante que a sua). Faço um remendo e acrescento agora desculpas para a Iasa pela ajuda nula na Coluna Vestiba e por sempre mandar 500 pautas de cada vez a deixando sem repórteres.
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Continuando. Naquele um minuto que durou sei lá quanto tempo, eu lembrei as linhas gerais daquilo que queria dizer. Mas usei as palavras certas. Entrei para o Comunicação com motivações erradas. Eu me candidatei para a diagramação por medo de não ter cacife suficiente para comandar uma editoria (ainda mais a mais importante de todas). E quando entrei para a editoria em questão, não fui capaz de cativar meus repórteres como eu fui cativada.
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Para o Raphael, eu explicava a editoria de UFPR assim: “é igual Geral, só que mais específica”. O que, pra mim, faz todo sentido. Quando estava na editoria, fiz matérias sobre denúncias feitas por ex-funcionários, competições de arquitetura, coletivas repentinas sobre escândalos, uma nova linha de ônibus, final de greve, personalidades interessantes etc. Muita coisa diferente que acontecia bem debaixo do meu nariz e antes eu não era capaz de ver.
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Eu pegava ônibus sem saber onde descer nem como fazer para voltar. Ligava para as pessoas com os cargos mais absurdos na cara de pau. Conversava com jornalistas que não faziam idéia do que estavam fazendo naquele lugar. Foi um baita exercício. Não exerciciozinho tipo lição de casa. Exercício da profissão, mesmo. Eu estava fazendo aquilo que eu escolhi fazer. Com o suor do meu rosto, com os calos dos meus dedos, com a dor dos meus ombros (sempre ela). Reclamando quase sempre (faz parte do ser jornalístico). Mas sem pedir pra parar.
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Foi por isso que eu disse que queria ser para alguém o que a Cecília foi pra mim. A melhor editora de todos os tempos. Os outros que me desculpem, mas ao lado dela só João Paulo Pimentel (que me fez subir um prédio em construção de salto e com um chapéu maior que a minha cabeça). Acima dela, ninguém. Sem exageros. E podem falar que eu gosto de sofrer. Mas se você fizer isso, eu saberei que você não conhece os prazeres do jornalismo.
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Quando digo que escolhi algo que vai além de uma profissão – um estilo de vida –, a maioria das pessoas vira os olhos e se comporta como se estivesse falando com uma lunática (outros dizem que as verdadeiras profissões são assim mesmo). E é por isso que eu chorei no biarticulado a caminho do Cefet. Ok, não chorei rios de lágrimas, mas estava bem emocionada. Queria ter sentido provocar essa energia em alguém.
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Eu adorava receber um bom texto, mesmo de uma pauta sem graça (obrigada Henrique). Gostava de receber e-mails de repórteres interessados (Samantha e Sharon, vocês tornaram meus dias mais felizes). Odiava esperar sem receber nada em troca (sem citar nomes aqui). Sentia prazer em um texto bem feito (Guilherme, Ellen, valeu mesmo). Adorava quando um repórter queria conversar comigo sobre o processo (Tiago, foi muito bom sentir seu interesse). Ficava tão feliz em me sentir editoramiga (Rodrigo, Sanju Zé dos Matagatu vai dominar o mundo). Peço perdão por aqueles que eu esqueci de mencionar, mas é que eu sempre esqueço alguém importante (verdade).
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A propósito, meu computador vai fazer aniversário na oficina e aqui onde escrevo não tem a porcaria do corretor ortográfico.
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Enquanto as outras pessoas falavam eu pensava no que poderia ser dito por mim. Obviamente esqueci quase tudo na hora. Foi no último segundo que lembrei de pedir desculpas, inclusive. Seria muito indelicado não fazer isso, já que todos estavam vivendo um momento tão final de festa. Enfim. Repito aqui: Desculpas Su por sempre postar logo depois de você e desbancar suas matérias (não posso fazer nada se a minha editoria é mais importante que a sua). Faço um remendo e acrescento agora desculpas para a Iasa pela ajuda nula na Coluna Vestiba e por sempre mandar 500 pautas de cada vez a deixando sem repórteres.
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Continuando. Naquele um minuto que durou sei lá quanto tempo, eu lembrei as linhas gerais daquilo que queria dizer. Mas usei as palavras certas. Entrei para o Comunicação com motivações erradas. Eu me candidatei para a diagramação por medo de não ter cacife suficiente para comandar uma editoria (ainda mais a mais importante de todas). E quando entrei para a editoria em questão, não fui capaz de cativar meus repórteres como eu fui cativada.
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Para o Raphael, eu explicava a editoria de UFPR assim: “é igual Geral, só que mais específica”. O que, pra mim, faz todo sentido. Quando estava na editoria, fiz matérias sobre denúncias feitas por ex-funcionários, competições de arquitetura, coletivas repentinas sobre escândalos, uma nova linha de ônibus, final de greve, personalidades interessantes etc. Muita coisa diferente que acontecia bem debaixo do meu nariz e antes eu não era capaz de ver.
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Eu pegava ônibus sem saber onde descer nem como fazer para voltar. Ligava para as pessoas com os cargos mais absurdos na cara de pau. Conversava com jornalistas que não faziam idéia do que estavam fazendo naquele lugar. Foi um baita exercício. Não exerciciozinho tipo lição de casa. Exercício da profissão, mesmo. Eu estava fazendo aquilo que eu escolhi fazer. Com o suor do meu rosto, com os calos dos meus dedos, com a dor dos meus ombros (sempre ela). Reclamando quase sempre (faz parte do ser jornalístico). Mas sem pedir pra parar.
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Foi por isso que eu disse que queria ser para alguém o que a Cecília foi pra mim. A melhor editora de todos os tempos. Os outros que me desculpem, mas ao lado dela só João Paulo Pimentel (que me fez subir um prédio em construção de salto e com um chapéu maior que a minha cabeça). Acima dela, ninguém. Sem exageros. E podem falar que eu gosto de sofrer. Mas se você fizer isso, eu saberei que você não conhece os prazeres do jornalismo.
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Quando digo que escolhi algo que vai além de uma profissão – um estilo de vida –, a maioria das pessoas vira os olhos e se comporta como se estivesse falando com uma lunática (outros dizem que as verdadeiras profissões são assim mesmo). E é por isso que eu chorei no biarticulado a caminho do Cefet. Ok, não chorei rios de lágrimas, mas estava bem emocionada. Queria ter sentido provocar essa energia em alguém.
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Eu adorava receber um bom texto, mesmo de uma pauta sem graça (obrigada Henrique). Gostava de receber e-mails de repórteres interessados (Samantha e Sharon, vocês tornaram meus dias mais felizes). Odiava esperar sem receber nada em troca (sem citar nomes aqui). Sentia prazer em um texto bem feito (Guilherme, Ellen, valeu mesmo). Adorava quando um repórter queria conversar comigo sobre o processo (Tiago, foi muito bom sentir seu interesse). Ficava tão feliz em me sentir editoramiga (Rodrigo, Sanju Zé dos Matagatu vai dominar o mundo). Peço perdão por aqueles que eu esqueci de mencionar, mas é que eu sempre esqueço alguém importante (verdade).
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A propósito, meu computador vai fazer aniversário na oficina e aqui onde escrevo não tem a porcaria do corretor ortográfico.
Ah, o que são as despedidas...
ResponderExcluirFoi bom saber que você realmente deu um grande valor a tudo isso que você vivenciou no Comunicação...
As lágrimas são as melhores representações disso...
E é verdade - o valor só bate a nossa porta, quando damos adeus a algo que fizemos por fazer no início, mas que por fim se torna prazer.
Me lembrou dos tempos do CPM...