Texto com olheiras...

Passarinho verde
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Assim que comecei a fazer Design Gráfico, eu disse que começar a fazer outro curso é bom porque você vê como prefere aquele que realmente escolheu para a sua vida.
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É verdade, a UTFPR me fez perceber como prefiro a UFPR, apesar de todos os problemas. Muita gente vai me achar maluca por dizer isso, afinal “no Cefet as coisas funcionam” e “a Federal não tem estrutura”. Ok, é ótimo estudar em um lugar onde quase todas as salas tem data show... Mas as câmeras da Federal não são ruins, o nosso estúdio fotográfico presta, os computadores do LabCom são melhores que os do Cefet e, aos trancos e barrancos, a gente se vira. No fundo, os dois são federais. O Cefet tem muitas falhas de estrutura também e a principal talvez seja a falta de um restaurante universitário.
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A principal diferença entre os dois locais é a mentalidade. A UFPR é universidade faz tempo e foi criada como tal. A UTFPR ainda funciona como uma escola que treina trabalhadores. Aliás, eu sempre acho engraçado quando algum professor ou funcionário fala “aqui na escola”. Os professores, num primeiro momento, parecem melhores que os da UFPR porque raramente atrasam, dão aula até o fim, dão aula de verdade, fazem avaliações e realmente cobram dos alunos. Depois você percebe que uns se atrasam; outros fazem a chamada pontualmente só por serem chatos; alguns ainda ameaçam rigidez, mas passam a turma toda; uns infelizes passam trabalhos que ultrapassam em muito, muito, muito (muito mesmo) a quantidade de horas-aula da matéria... Ou seja, eles só não matam aula como os da Federal nem fingem que dão matéria, mas estão no caminho...
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E já se passaram três parágrafos e ainda não cheguei onde queria (no blog eu procuro não ser objetiva, direta e imparcial). O fato é que começar outro curso não faz você perceber que gostava mais do primeiro. Faz apenas você perceber que se incomoda menos em fazer trabalhos e assistir aulas sobre assuntos que te interessam mais. E, bom, isso é algo lógico, você nem precisa se dar ao trabalho de fazer outro vestibular para saber.
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O fato é que eu tinha muitas crises no primeiro ano do curso. Achava que tinha feito a escolha errada, que não tinha cara de pau suficiente para ser jornalista, que não sabia fazer contatos, que era muito burra para estudar na Federal, que não levava jeito para a coisa em absoluto. Esse tipo de coisas... No segundo ano, eu levei a vida, o que obviamente inclui a faculdade, de um modo do qual não me orgulho muito, mas que foi bom e necessário. Resumindo, levei levando. Sem muitas reflexões. Assim tive menos crises e também menos alegrias. Foi o ano que pedi, sem sobressaltos.
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Em 2008 eu comecei outra faculdade e decidi me presentear com novos horizontes. Ainda não consegui um estágio, mas até o final do ano eu chego lá... Bom, vou me corrigir. Ainda não consegui um estágio fixo e remunerado. Porque embora certo colega tenha classificado meu atual estágio como “urubuservação” e “trabalho escravo”, eu estou simplesmente adorando! Esse mês nem de longe será um sacrifício de férias. Pouco me importa que vá durar pouco, que eu não receba ou que meu nome não apareça. Eu ainda falo “mãe, olha eu aqui”, mas não é isso que interessa. Gosto de escrever matéria, de inventar títulos, de traduzir, de entrevistar, de transcrever gravações. Gosto de estar em uma redação, de poder viver isso. Se, no futuro, eu puder viver disso, nossa, serei a pessoa mais realizada do universo.
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Resumindo e explicando o objetivo do texto já que são duas da manhã e eu já faço besteiras quando estou bem acordada. Não é fazer Design Gráfico que me faz saber que eu gosto de Jornalismo. É o próprio Jornalismo. Não consigo mais viver sem ele e não me imagino fazendo outra coisa da vida. Simples assim.
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Ah, sim, um link para a versão impressa do Comunicação!
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E outro para mais uma matéria de rádio minha (a última do Laboratório de Rádio, infelizmente).

4 comentários:

  1. Fico feliz ao ver que você realmente gosta de jornalismo...

    Fico imaginando se a mesma coisa ocorrerá comigo futuramente...

    Mas só tentando para saber =D

    E está sumida hein! Manda um alô pelo menos!

    Os pobres agradecem (haha) =P

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  2. Vc gosta de transcrever matérias?!?! Rê, definitivamente, vc adora um trabalho escravo! Credo! Transcrever é um saco! Por isso resolvi seguir carreira na tv ou no rádio :P

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  3. Não acho que a UFPR seja ruim. Acho que o curso de Jornalismo é bem ruim - e é com dor no coração que falo isso.
    Temos péssimos professores (exceto uns dois ou três e os que vieram de outros departamentos), instalações bem modestas se comparadas ao das outras instiuições. Há muito o que melhorar em nosso curso. Falta, no entanto, gente disposta a lutar por essa mudança. O Cacos só faz festa - pelo menos é só isso que ficamos sabendo. Os demais alunos nem ligam pra isso. Os que se importam, talvez, não encontrem caminhos pra tomarem iniciativa, pois o que fazer quando os professores não querem que as coisas evoluam?
    De que adianta ganhar vários Sangue Novo ( em algumas categorias, os créditos totalmente dos alunos) quando há tanta coisa pra mudar?
    Mas eu vejo professores como a Patricia, como a Kelly e como a Mônica e ainda tenho esperança. E respiro fundo e aguento porque quero ser jornalista.
    Não sei como são as coisas na UTFPR, mas dizem que as pessoas saem de lá empregadas. Deu certo com o meu primo.
    De qualquer forma, sorte para tods nós. O importante é fazer o que a gente ama.
    (Desculpa o desabafo, Re).

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