Feelings
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A minha recente reprovação acidental em uma determinada disciplina da faculdade me fez lembrar de diversos momentos dessas aulas de terça a tarde.[1] Um desses momentos é referente a um texto que resenhamos em classe. A minha resenha deve ter sido uma das piores. Eu não havia lido o texto com a devida atenção por não esperar ser avaliada naquele dia. Bom, bem feito para mim.
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O texto em questão era sobre a escrita e a tecnologia. Era um bom texto. Uma entrevista onde Jacques Derrida, o entrevistado, analisava as mudanças ocorridas na escrita com a mudança da pena para a caneta, da caneta para a máquina de escrever, da máquina para máquinas melhores e dessas máquinas para o computador. Mas o que mais me interessou foi que, embora Derrida não acreditasse que seus próprios textos haviam mudado em estilo desde que passou a escrever diretamente no computador, ele assumia que há um “sentimento diferente” em escrever a mão.
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Eu, pessoalmente, gosto de escrever no computador. Ver o meu texto na minha frente mantendo o pescoço reto e poder mudar as frases de lugar sem macular o fundo branquinho da “folha” são vantagens incríveis.[2] Mas, em certos momentos, eu simplesmente preciso escrever enfrentando uma folha real. Esse texto, por exemplo, está sendo escrito a lápis em um caderno velho.[3] Muitos dos meus textos mais pessoais são feitos assim. Eu, o lápis bem apontado, a borracha e a folha. Amigos pessoais.
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A caneta preta também me faz companhia de vez em quando. Durante as aulas, em minhas anotações desesperadas que visam nada mais do que me manter acordada. Durante as entrevistas, para criar uma pose, digo, uma postura profissional. Durante as madrugadas, em momentos de “febre inspiracional”. Durante vários outros momentos, em que eu simplesmente tenho vontade de escrever usando tinta ou quando eu preciso de uma escrita mais forte, mais preto no branco, do que o lápis pode me fornecer. Essas duas últimas razões não deixam de dar no mesmo, mas o sentimento é diferente.
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A caneta azul também tem seus méritos, seus diferenciais, meus sentimentos relacionados. Mas faz tanto tempo que eu não escrevo em azul... A última vez, a propósito, foi quando não consegui achar a minha caneta preta e tive que pedir uma emprestada. Não foi legal. Agora, não sei o porquê, mas o fato é que eu andava com uma vontade estranha de escrever em azul e exatamente no meu dia de maior agonia eu simples e inesperadamente ganhei uma caneta azul! E ainda não usei...
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Pronto-falei. Eu me sinto bem melhor agora.
A minha recente reprovação acidental em uma determinada disciplina da faculdade me fez lembrar de diversos momentos dessas aulas de terça a tarde.[1] Um desses momentos é referente a um texto que resenhamos em classe. A minha resenha deve ter sido uma das piores. Eu não havia lido o texto com a devida atenção por não esperar ser avaliada naquele dia. Bom, bem feito para mim.
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O texto em questão era sobre a escrita e a tecnologia. Era um bom texto. Uma entrevista onde Jacques Derrida, o entrevistado, analisava as mudanças ocorridas na escrita com a mudança da pena para a caneta, da caneta para a máquina de escrever, da máquina para máquinas melhores e dessas máquinas para o computador. Mas o que mais me interessou foi que, embora Derrida não acreditasse que seus próprios textos haviam mudado em estilo desde que passou a escrever diretamente no computador, ele assumia que há um “sentimento diferente” em escrever a mão.
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Eu, pessoalmente, gosto de escrever no computador. Ver o meu texto na minha frente mantendo o pescoço reto e poder mudar as frases de lugar sem macular o fundo branquinho da “folha” são vantagens incríveis.[2] Mas, em certos momentos, eu simplesmente preciso escrever enfrentando uma folha real. Esse texto, por exemplo, está sendo escrito a lápis em um caderno velho.[3] Muitos dos meus textos mais pessoais são feitos assim. Eu, o lápis bem apontado, a borracha e a folha. Amigos pessoais.
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A caneta preta também me faz companhia de vez em quando. Durante as aulas, em minhas anotações desesperadas que visam nada mais do que me manter acordada. Durante as entrevistas, para criar uma pose, digo, uma postura profissional. Durante as madrugadas, em momentos de “febre inspiracional”. Durante vários outros momentos, em que eu simplesmente tenho vontade de escrever usando tinta ou quando eu preciso de uma escrita mais forte, mais preto no branco, do que o lápis pode me fornecer. Essas duas últimas razões não deixam de dar no mesmo, mas o sentimento é diferente.
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A caneta azul também tem seus méritos, seus diferenciais, meus sentimentos relacionados. Mas faz tanto tempo que eu não escrevo em azul... A última vez, a propósito, foi quando não consegui achar a minha caneta preta e tive que pedir uma emprestada. Não foi legal. Agora, não sei o porquê, mas o fato é que eu andava com uma vontade estranha de escrever em azul e exatamente no meu dia de maior agonia eu simples e inesperadamente ganhei uma caneta azul! E ainda não usei...
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Pronto-falei. Eu me sinto bem melhor agora.
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Bem, não temos dúvidas do quão é bom escrever.
ResponderExcluirEu particularmente, prefiro no papel, pois se torna algo mais reservado (meu caderno ainda permanece sendo o recipiente para as minhas lembranças e conflitos). Mas nada que um pc também para ajudar...
E é a primeira vez que penso na diferença entre escrever no papel, e digitar no computador. Sabe, para mim não faz muita diferença... Só o "feeling" na hora, que é o acréscimo para um texto.
E com relação a cor... Eu já prefiro o azul... A preta me deixa meio que sem inspiração para escrever...
E no meu caso, não coloco notas no rodapé: marco o que tiver de importante com o piloto...
Da série sensações estranhas: ler este blog ouvndo "Playground Superstar" do Happy Mondays.. ainda mais pela levada da música...
ResponderExcluirMas escrevendo este comentário está tocando a balada "She Came Home For The Christmas" do Mew...